mencionados no livro, que é narrado em primeira pessoa pela personagem Lola. Esta se refere à mãe como "mamãe" e à sogra como "minha sogra" e "a mãe de Júlio". Na novela elas foram nomeadas como Dona Maria e Dona Marlene, respectivamente. A mãe de Lola morre bem antes de Júlio, ao contrário da novela. A personagem Tia Candoca é uma viúva com filhos e netos no livro. Na novela é uma viúva sem filhos. O personagem Zeca quase não aparece no livro; na novela ele participa ativamente da ação, compondo com a esposa Olga o casal cômico do drama (no livro os personagens não tem essa característica). O próprio núcleo de Itapetininga (formado por Zeca, Olga, Dona Maria, Tia Candoca, Tavinho, e os outros filhos de Olga e Zeca) formou o núcleo cômico da novela, o que não ocorre no livro. Personagens do livro que foram descartados na novela: Maria (irmã de Júlio); Leonor e Joca (filhas de Dona Genu, além de uma quarta filha da personagem, que não tem o nome mencionado); tio Inácio (tio de Júlio que mora em Itapetininga); Mocinha (filha de tia Candoca) e seu marido Nelson; tia Elvira (tia de Lola que é irmã de tia Emília); Carlos (filho de Isabel cujo nome é uma homenagem ao tio. No livro, Isabel tem dois filhos, na novela apenas uma filha), Benedita (cozinheira de Tia Candoca) e a netinha de Tia Candoca que mora com ela quando a avó se muda para São Paulo.
O período de tempo na novela é mais curto em comparação ao livro. Embora a história termine em 1942 tanto no livro quanto na novela, o início do livro se dá no final de 1914, cobrindo vinte e oito anos da vida de Dona Lola e sua família. Na novela a trama começa em 1921, tendo três fases: 1921-1922, 1931-1932, e 1942.
Enredo
editarO cotidiano da vida de Dona Lola, ao lado do marido Júlio e dos quatro filhos (Carlos, Alfredo, Isabel e Julinho) desde quando estes eram pequenos até a idade adulta, quando Dona Lola termina seus dias sozinha numa casa para idosos. A trama se inicia em São Paulo em 1921, com a família Lemos vivendo na Avenida Angélica, com a luta de Júlio para pagar as prestações de sua casa à Caixa Econômica Federal e para criar os quatro filhos. A história transcorre todos os fatos marcantes da vida de Dona Lola: a dura luta para criar os filhos; a morte do marido que traz uma reviravolta na família obrigando os filhos a trabalharem e abandonarem os estudos; a morte de Carlos, o filho mais velho, vítima na Revolução de 1932, os problemas com Alfredo, metido com movimentos políticos e badernas; a união precoce de Isabel com Felício (Marco Ricca) um homem bem mais velho e casado; o casamento de Julinho com uma moça da sociedade, e o desfecho da história com a ida de Dona Lola para um asilo.
Entre tanto sofrimento, alguns momentos leves, como a amizade de Lola com a vizinha Genu (Jandira Martini), casada com Virgulino (Marcos Caruso) que trabalha na Companhia Telefônica , e os passeios à casa de sua mãe, Dona Maria (Yara Lins) que faz doces por encomenda, no interior em Itapetininga, onde moram suas duas irmãs, Clotilde (Jussara Freire) e Olga (Denise Fraga), e sua tia hipocondríaca, Candoca (Wilma de Aguiar). A espevitada Olga, se casa com o farmacêutico Zeca (Osmar Prado) e juntos dão início a uma grande prole. Clotilde se apaixona por Almeida, um amigo de Júlio e companheiro de serviço na loja de tecidos do Sr. Assad, mas não consegue romper com os padrões morais da sociedade quando tem de decidir no morar com ele que é desquitado/divorciado.
Exibição
editarPrevista para ser lançada em 2 de maio de 1994,[12][23] o SBT adiou em uma semana a estreia de Éramos Seis, por causa da morte do piloto de Fórmula 1 Ayrton Senna. No horário inicialmente anunciado para a estreia, Irene Ravache deu um depoimento dizendo que a novela não poderia ir ao ar num momento tão triste para a população brasileira.[1] Exibida em dois horários a partir de sua estreia em 9 de maio de 1994, Éramos Seis começava imediatamente após a apresentação da novela das sete horas na Rede Globo, A Viagem, às 19h45 e reprisada logo após a novela das oito, Fera Ferida. Era uma estratégia do SBT que permitia aos telespectadores assistir às novelas da emissora concorrente para depois trocar de canal e acompanhar Éramos Seis.[1][24] Em 31 de maio, um sábado, das 14h40 às 18h, o SBT reprisou os capítulos daquela semana da novela.[25] Em Portugal, a trama foi vendida para a TVI[26] e mais tarde foi reexibida pela RTP1, no ano de 2013.[27]
“ | Esta é uma novela que não terminou! Riso e pranto prosseguem, criando em nós o velho hábito de sonhar. A Avenida Angélica de ontem, transforma-se num rio que leva para o mar da noite a graça de um tempo que pede para ser eterno. Outras Lolas e outros Júlios virão, oferecendo à paisagem angustiada a rosa de seu amor. Entre personagens povoados de poesia, o personagem maior é o estado de São Paulo - o glório São Paulo de 32, no sentir de Guimarães Rosa. Éramos seis e hoje somos tantos a pedir que aconteça em nossas vidas o suave milagre dos dias de outrora! (Texto de Paulo Bomfim que encerrou o último capítulo da novela) | ” |
Reprise
editarO SBT reprisou a trama de 22 de janeiro a 23 de maio de 2001, no horário das 18h,[1][28] substituindo o programa Disney Club e sendo substituída por O Direito de Nascer.[4] Em 2010, o SBT cogitou uma segunda reprise, às 22h, substituindo A História de Ana Raio e Zé Trovão.[29]
Em 2017, a Rede Globo adquiriu os direitos de adaptação do livro para a produção da quinta versão da telenovela, em 2019, o que impede o SBT e a Record de reprisarem na televisão aberta suas adaptações anteriores.[30][31][32][33][34]
Trilha sonora de Vários artistas | |
---|---|
Lançamento | 1994 |
Gênero(s) | MPB |
Duração | 27:00 |
Formato(s) | CD |
Gravadora(s) | SBT Music |
A trilha sonora foi lançada em um álbum duplo junto com a de As Pupilas do Senhor Reitor.[48]
- Lista de faixas
N.º | Título | Música | Personagem tema | Duração | |
---|---|---|---|---|---|
1. | "Mulher" | Zé Renato | Isabel e Felício | 3:35 | |
2. | "Juras" | Rosa Passos | Carlos e Carmencita | 3:12 | |
3. | "Pra Dizer Adeus" | Elis Regina e Zimbo Trio | Lola | 3:47 | |
4. | "Lamentos" | Zizi Possi | Olga e Zeca | 3:55 | |
5. | "Canta, Canta Mais" | Vânia Bastos | Clotilde | 3:02 | |
6. | "Água Doce" | Ivan Lins | Lola | 3:36 | |
7. | "Chora Coração" | Tom Jobim | Julinho e Maria Laura | 2:54 | |
8. | "Violão" | Fátima Guedes | Alfredo | 3:16 |
- Outras canções não incluídas
- "Valsinha" - Chico Buarque e Vinícius de Moraes (tema de abertura)
- "Valsinha" - Quarteto em Cy (tema de Lola e Júlio)
- "Branca" - Francisco Petrônio (tema de Júlio)
Repercussão
editarÉramos Seis foi considerada pela imprensa como uma produção séria da emissora, Esther Hamburger disse à Folha de S.Paulo que a novela fez um "sucesso discreto",[49] Telmo Martino, de O Globo, disse que a novela ficou "com a fama de um pequeno sucesso",[50] enquanto Nilson Xavier do Teledramaturgia disse que foi "um grande sucesso para o SBT".[1]
Audiência
editarA estreia de Éramos Seis registrou audiência média de 11 pontos na Grande São Paulo das 19h50 às 20h35, os números são do Ibope e indicam que 437.690 domicílios sintonizaram a estreia. No mesmo horário, a Rede Globo, com o São Paulo Já e o Jornal Nacional, alcançou média de 52,5 pontos (2.088.975 residências) na Grande São Paulo durante a novela do SBT. Antes, a emissora de Silvio Santos vinha registrando médias de 15 pontos (596.850 domicílios) entre 19h50 e 20h35. No mesmo horário, a Globo costumava atingir médias de 45 pontos (1.790.550 residências).[51] Éramos Seis foi considerada uma novela de sucesso,[52] atingindo pico de 22 pontos de audiência no Ibope (880 mil domícilios).[53] As médias ficaram em 15 pontos (640 mil domicílios) na primeira vez que a novela ia ao ar e 13 pontos (520 mil domicílios) na segunda edição.[53]
Prêmios
editar- APCA (1995)
- Melhor novela
- Melhor atriz - Irene Ravache
- Melhor ator coadjuvante - Tarcísio Filho
- Troféu Imprensa (1995)
- Melhor novela
- Melhor atriz - Irene Ravache
Outras adaptações
editar- Éramos Seis (1945) — filme argentino dirigido por Carlos Borcosque e protagonizado por Sabina Olmos, foi a primeira e única versão exibida para o cinema.
- Éramos Seis (1958) primeira versão televisionada protagonizada por Gessy Fonseca, sendo exibida pela Record.
- Éramos Seis (1960) segunda versão, foi uma produção regional da TV Itacolomi produzida por Léa Delba.
- Éramos Seis (1967) terceira adaptação, sendo protagonizada por Cleyde Yáconis e transmitida pela Rede Tupi.
- Éramos Seis (1977) quarta versão novamente exibida pela Rede Tupi e com Nicette Bruno como protagonista.
- Éramos Seis (2019) sexta versão com Glória Pires e exibida pela Rede Globo.
- Nilson Xavier (22 de maio de 2018). «Globo proíbe SBT de reprisar a novela "Éramos Seis"». UOL. Consultado em 13 de outubro de 2018
- ↑ Redação (12 de dezembro de 2017). «Globo mostra cenas de ator em novela do SBT e dá parabéns a Silvio Santos». UOL. Consultado em 13 de outubro de 2018
- ↑ Guilherme Rodrigues (12 de setembro de 2018). «Globo inicia os trabalhos da nova versão de Éramos Seis». Observatório da Televisão. Consultado em 13 de outubro de 2018
- ↑ Cristina Padiglione (4 de outubro de 2018). «Escolha por Glória Pires para ser a 5ª Dona Lola de 'Éramos Seis' é perfeita». Tele Padi. Consultado em 13 de outubro de 2018
- ↑ Flávio Ricco (25 de janeiro de 2019). «Globo estabelece nova ordem para fila das 18h e antecipa "Éramos Seis"». UOL. Consultado em 4 de fevereiro de 2019
- ↑ A batalhadora e sensível tricoteira já foi vivida por Gessy Fonseca na Record, em 1958; por Cleyde Yáconis na Tupi, em 1967; por Nicette Bruno, também na Tupi, em 1977; e por Irene Ravache no SBT, há 25 anos, em 1994 ‘Éramos Seis’ estreia nesta segunda, com trama atemporal; saiba quem é quem
- ↑ Marcelo de Souza (4 de setembro de 1994). «Tarcísio Filho dá o tom certo». Folha de S.Paulo. UOL. Consultado em 17 de agosto de 2018
- ↑ «Entrevista com Luciana Braga». Jornal do Brasil. TV-Pesquisa. 5 de março de 1994. Consultado em 17 de agosto de 2018[ligação inativa]
- ↑ Folha de S.Paulo (31 de julho de 1994). «Casais vão ao cinema em "Éramos Seis"». Folha de S.Paulo. UOL. Consultado em 27 de janeiro de 2015
- ↑ «Jandira Martini e Marcos Caruso». Folha de S.Paulo. UOL. 2 de outubro de 1994. Consultado em 17 de agosto de 2018
- ↑ «Bete Coelho entra em "Éramos Seis"». Folha de S.Paulo. UOL. 10 de julho de 1994. Consultado em 17 de agosto de 2018
- ↑ Renato Kramer (29 de maio de 1994). «Mayara Magri sai da "geladeira"». Folha de S.Paulo. UOL. Consultado em 17 de agosto de 2018
- ↑ Renato Kramer (23 de janeiro de 1994). «Lucienne Adami volta à TV depois de um ano de 'molho». Folha de S.Paulo. TV-Pesquisa. Consultado em 17 de agosto de 2018[ligação inativa]
- ↑ Marcelo de Souza (17 de julho de 1994). «Luciene Adami "volta à vida" depois de um ano longe da TV». Folha de S.Paulo. UOL. Consultado em 17 de agosto de 2018
- ↑ Cristiane Barbieri (6 de março de 1994). «A nova geração sai do baú». O Globo. TV-Pesquisa. Consultado em 17 de agosto de 2018[ligação inativa]
- ↑ Marcelo de Souza (16 de outubro de 1994). «Rosi Campos vira cantora em ``Éramos Seis"». Folha de S.Paulo. UOL. Consultado em 17 de agosto de 2018
- ↑ Anna Lee (8 de junho de 1999). «Chris Couto investe na carreira de atriz». Folha de S.Paulo. UOL. Consultado em 17 de agosto de 2018
- ↑ Murilo Gabrielli (3 de julho de 1994). «Petê estréia como "caipira esnobe"». Folha de S.Paulo. UOL. Consultado em 17 de agosto de 2018
- ↑ «Trilha sonora». Teledramaturgia. Consultado em 6 de fevereiro de 2020
- ↑ Esther Hamburger (5 de dezembro de 1994). «'Éramos Seis' termina com sucesso discreto». Folha de S.Paulo. UOL. Consultado em 27 de julho de 2014
- ↑ Martino, Telmo (7 de dezembro de 1994). «O paraíso do anonimato recuperado». O Globo. Consultado em 26 de dezembro de 2013. Arquivado do original em 27 de dezembro de 2013
- ↑ «`Éramos Seis' registra média de 11 pontos». Folha de S.Paulo. UOL. 10 de maio de 1994. Consultado em 27 de julho de 2014
- ↑ «Desculpe a nossa falha». Folha de S.Paulo. UOL. 25 de dezembro de 1994. Consultado em 27 de julho de 2014
- ↑ Ir para:a b «Novela supera expectativa de audiência». Folha de S.Paulo. UOL. 6 de dezembro de 1994. Consultado em 27 de julho de 2014
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Postem mensagem amigos...